sexta-feira, 7 de outubro de 2011

0048 - "DECRESCIMENTO", A NOVA UTOPIA AMBIENTALISTA


OS FLINTSTONES, ATUALMENTE, O FILME FAVORITO DO SENADOR
CRISTÓVAM BUARQUE


Por iniciativa do senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), o Brasil foi apresentado à mais recente utopia ambientalista: o “decrescimento econômico”. Para promover a esdrúxula ideia, o parlamentar organizou e presidiu uma audiência pública sobre o tema, no último dia 5 de setembro, na Subcomissão Permanente de Acompanhamento da Rio+20 e do Regime Internacional Sobre Mudanças Climáticas da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.
O evento contou com presença de três “especialistas” que defendem a proposta: o geógrafo francês Philippe Léna, diretor da ONG Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD); e os brasileiros Carlos Alberto Pereira Silva, historiador da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), e o agrônomo João Luís Homem de Carvalho, da Universidade de Brasília (UnB) (Agência Senado, 06/09/2011).
Nos debates, pode-se verificar que o “decrescimento” não representa nenhuma grande novidade em relação aos tradicionais conceitos oriundos do malthusianismo e sua variante ambientalista, a começar pela surrada cartilha dos “limites do crescimento”. A ideia básica é a de que as sociedades devem, voluntariamente, encolher as suas economias, de modo a respeitar a limitação dos recursos naturais. Portanto, afirmam, a Humanidade deveria promover um programa conjunto de redução do seu crescimento.
Léna definiu o “decrescimento” como uma necessidade, devido aos dados científicos que, segundo ele, atestariam que a raça humana está “à beira de abismo, pisando no acelerador”.
Já o historiador Pereira Silva defendeu uma certa “ética ecoantropocêntrica”, baseada em um “egoísmo inteligente”, que encare o cuidado com outras espécies como a preservação da própria raça humana. Além disto, afirmou que o desenvolvimentismo está ligado ao culto à violência e ao corpo, cuja alternativa mais adequada é buscar saberes de populações indígenas e iletradas (algo como “o bom selvagem” de Rousseau, em nova roupagem).
Por sua vez, o agrônomo Homem de Carvalho defendeu uma espécie de “nivelamento para baixo”, com a redução do crescimento nos países ricos, igualando-os aos países subdesenvolvidos, como meio de adequá-los aos supostos “limites dos recursos naturais”.
Não por coincidência, ele teceu elogios a instituições malthusianas, como o Clube de Roma e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), afirmando que os seus relatórios “respaldam” o decrescimento como uma necessidade. Sintomaticamente, ele não fez qualquer comentário sobre a desqualificação científica dos principais documentos de ambas as entidades, atestadas por numerosos cientistas sérios que se deram ao trabalho de analisar criticamente as suas conclusões fundamentais.
O conceito de “decrescimento” foi cunhado na década de 1970 por Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994), matemático e economista romeno, que – também não por acaso – foi um dos fundadores do Clube de Roma e um dos arautos do malthusianismo moderno. O cerne do problema ecológico, para ele, é que a sociedade do crescimento econômico seria não apenas ambientalmente insustentável, mas também indesejável. Para solucionar o problema, ele propunha o regresso aos modos de vida primitivos, renegando séculos de avanço científico e tecnológico.
O fato de que o senador Buarque empregue o tempo e os recursos do Congresso para promover semelhantes sandices, como sendo uma proposta digna de consideração para países como o Brasil, ainda às voltas com extremas desigualdades sociais, somente revela a profunda desorientação de alguns homens públicos brasileiros sobre o fato de que a ideologia malthusiana/ambientalista não passa de um instrumento político das oligarquias hegemônicas do Hemisfério Norte. De fato, chega a ser estarrecedor que um intelectual de sua estatura acredite ser positivo se propor às gerações futuras padrões de vida inferiores atuais, sem qualquer consideração pelo fato de que mais da metade da população brasileira ainda não tem acesso a comodidades como o saneamento básico.
Definitivamente, o senador Buarque já conheceu dias melhores.
Fonte: MSIa

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