segunda-feira, 27 de agosto de 2012

0295 - Resposta a José Goldemberg: Um Porta-Voz Ativista do Obscurantismo Científico no Brasil

O SONHO DE JOSÉ GOLDEMBERG: CENSURAR O DEBATE CIENTÍFICO NO BRASIL.
SEGUNDO SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS: "SUCEDE QUE NO CASO DO AQUECIMENTO GLOBAL
NÃO HÁ DOIS LADOS".

 
Caros leitores,

Apresento-lhes nesta postagens dois textos totalmente opostos. O primeiro, um lamentável e obscuro artigo, intitulado: "Mudanças climáticas e os 'céticos'", que foi escrito pelo físico - se é que assim ainda pode ser chamado - José Goldemberg, no jornal O Estado de São Paulo, em 20 de agosto de 2012. 

Na minha opinião, José Goldenberg, além de nada, absolutamente nada, entender de clima (vejam aqui) na postagem deste blog: 0290 - José Goldemberg Pisa na Bola e Molion Faz Gol de Placa, não é mais cientista há muitos anos e sim um ativista alarmista, altamente engajado ao Aparato Ambientalista Internacional, não fosse ele membro do Conselho Consultivo da sinistra ONG WWF, que de científica não tem nada. 

O objetivo internacional do WWF é político e financeiro e visa claramente impedir o desenvolvimento das nações sub-desenvolvidas, e o Brasil - por ser, pela sua extraordinária diversidade, o país mais rico em recursos naturais do planeta - sempre foi o seu Alvo Principal.

O segundo texto: "Mudanças climáticas, ceticismo e dogmatismo", é uma resposta ao infeliz texto de Goldemberg. O texto resposta foi escrito por Kenitiro Suguio, José Bueno Conti, Ricardo Augusto Felício, Antônio Jaschke Machado e Geraldo Luís Lino.

Caros leitores, fiquem com os dois textos e tirem suas conclusões.                

Mudanças climáticas e os 'céticos'


Por José Goldemberg

20 de agosto de 2012

Por incrível que pareça, estamos atravessando, neste início do século 21, uma onda de obscurantismo cultural e científico sem precedentes. Ela tem origem, principalmente, nos Estados Unidos, mas está se propagando pelo restante do mundo.

Ao mesmo tempo que os físicos estão conseguindo desvendar os mistérios da natureza com a descoberta do bóson de Higgs - "a partícula de Deus" -, a cientologia avança nos Estados Unidos e a teoria da evolução de Darwin é questionada nas escolas de vários Estados daquele país.

Algumas dessas crenças têm origem em pequenos grupos religiosos retrógrados que exploram a boa-fé de pessoas de baixo nível educacional, mas outras têm, claramente, motivações mais perversas e até interesses comerciais. A cientologia, em particular, é considerada uma religião nos Estados Unidos, sendo, portanto, isenta do pagamento de impostos. Alguns de seus ensinamentos atingem o nível do absurdo ao afirmarem que bilhões de seres de outras galáxias se apossaram dos seres humanos há dezenas de milhões de anos, quando ainda nem havia seres humanos, e continuam neles até hoje.

O que elas todas têm em comum, contudo, é o completo desconhecimento do que é ciência. Isso é o que está ocorrendo no momento também com os "céticos" que questionam o fato notório de que a ação do homem está provocando o aquecimento do planeta.

As bases científicas do aquecimento da Terra são simples: desde o início da Revolução Industrial, no início do século 19, os seres humanos passaram a consumir quantidades crescentes de combustíveis fósseis - carvão mineral, petróleo e gás natural -, cujo resultado é a produção de um gás, o dióxido de carbono (CO2), que é lançado na atmosfera, onde permanece por um longo período de tempo. Sucede que esse gás é transparente e deixa a luz solar passar, atingindo o solo e aquecendo-o. O normal seria esse calor voltar para o espaço, porém isso não ocorre porque o dióxido de carbono não deixa o calor passar e voltar para o espaço. Com isso, todo o nosso planeta está ficando mais quente, como se verifica numa estufa onde se criam rosas ou vegetais no inverno.

Há muitas outras causas conhecidas para o aquecimento global, como as manchas solares, a inclinação do eixo da Terra, as erupções vulcânicas, etc. De fato, ao longo da existência do planeta - que se estende por bilhões de anos - houve grandes variações na temperatura e elas são bem entendidas pelos geólogos.

Acontece que, sobrepondo-se a essas causas naturais do aquecimento, existe a ação do homem, que consome combustíveis fósseis e lança gases na atmosfera. Esse fenômeno tem sido estudado por um grande número de cientistas há mais de 50 anos.

Para entender o que aconteceu até agora e tentar prever o que vai acontecer nas próximas décadas os cientistas construíram modelos de como o clima da Terra se comporta à medida que o tempo passa e a atmosfera se modifica com mais dióxido de carbono, originado da queima dos citados combustíveis fósseis. Nesses modelos, o que se faz é relacionar causa e efeito, que é a maneira como a ciência funciona. A causa é a presença de maiores quantidades de gases na atmosfera e o efeito, o aquecimento resultante do nosso planeta.

Há incertezas nas previsões científicas, mas com o passar do tempo elas estão ficando cada vez mais confiáveis e precisas. Por exemplo, James Lovelock, ídolo dos ambientalistas por suas ideias sobre a "hipótese Gaia" - que considera a Terra toda com características de um ser vivo -, não questiona a realidade do aquecimento global como resultado da ação do homem, mas sim a necessidade de mais pesquisa sobre o tema.

É contra essas evidências que se manifestam os "céticos", cuja motivação não é clara. Alguns o fazem para atrair a atenção do público e outros podem estar sendo estimulados pelas indústrias que serão prejudicadas caso seja limitado o uso de combustíveis fósseis, que tem sido proposto por vários países.

Esses "céticos" não adotam o método científico ao fazerem as suas críticas. Eles simplesmente emitem opiniões e previsões esdrúxulas, como a de que a Terra estaria passando por um processo de resfriamento, em lugar de se aquecer, num futuro que eles não especificam. Cartomantes podem fazer isso, mas não cientistas.

Os "céticos", a maioria deles sem formação científica na área de mudanças climáticas, conseguiram notoriedade nos Estados Unidos publicando artigos no Wall Street Journal (!). Alguns jornalistas mal informados frequentemente dão grande cobertura a essas pessoas porque elas provocam controvérsias que atraem os leitores. Para alguns, é considerado bom jornalismo que "se ouçam os dois lados", o que é válido para muitos outros assuntos, como, por exemplo, a descriminalização da maconha ou as vantagens da introdução da pena capital para crimes hediondos, em relação aos quais existem opiniões divergentes.

Sucede que no caso do aquecimento global não há "dois lados": o que existe são previsões científicas baseadas na ciência que conhecemos, que podem não ser perfeitas - como é todo o conhecimento científico -, mas têm avançado muito. O "outro lado", de modo geral, utiliza informações pseudocientíficas, ou simplesmente dúvidas lançadas ao vento que não podem ser respondidas sem uma argumentação científica que não é adequada para programas populares.

Opiniões pessoais ou crenças religiosas devem ser respeitadas, mas argumentos incorretos que prejudicam a adoção de políticas públicas importantes - como as de prevenir o aquecimento da Terra reduzindo o consumo de combustíveis fósseis - são perniciosos e não atendem ao interesse público.


* PROFESSOR EMÉRITO E EX-REITOR DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP), FOI SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE DO GOVERNO FEDERAL E DO ESTADO DE SÃO PAULO

Fonte: Estadão.com

Mudanças climáticas, ceticismo e dogmatismo

Por Kenitiro Suguio, José Bueno Conti, Ricardo Augusto Felício, Antônio Jaschke Machado e Geraldo Luís Lino *

No afã de desqualificar os críticos dos cenários alarmistas que têm sido formulados sobre as mudanças climáticas (Mudanças climáticas e os ‘céticos’, 20/08/2012), o físico José Goldemberg comete várias impropriedades inaceitáveis para alguém que pretende defender os princípios que devem nortear a atividade científica.

De início, como é comum entre os defensores do aquecimento global antropogênico (AGA), ele distorce o conceito de ceticismo, atribuindo-lhe um caráter quase pejorativo. Ora, todo cientista sério deve ser um cético (sem aspas) permanente quanto ao estado do conhecimento, uma vez que a Ciência é uma obra em construção e sempre aberta à revisão das hipóteses e teorias, em função de novos dados e observações.

Como afirma o livreto “Sobre ser um cientista”, publicado em 1995 pela Academia Nacional de Ciências dos EUA, “a falibilidade dos métodos é um valioso lembrete da importância do ceticismo na ciência… O ceticismo organizado e vigilante, bem como uma abertura às novas ideias, são essenciais para uma precaução contra a intrusão de dogmas ou tendências coletivas nos resultados científicos”.

A ciência se faz, como afirma Goldemberg, com correlações entre causas e efeitos. Porém, estas correlações necessitam de correspondências consistentes entre hipóteses e evidências físicas observadas no mundo real – e são, precisamente, estas últimas que faltam para que o AGA seja confirmado como um “fato notório”. Na verdade, a hipótese se baseia quase exclusivamente em projeções de modelos matemáticos da dinâmica climática, que constituem simplificações limitadas da mesma e não são substitutos para as evidências físicas faltantes. Portanto, não deveriam ser usados para fundamentar políticas públicas e estratégias de longo alcance, como a pretendida “descarbonização” da economia, inócua para o clima global, mas com enormes impactos socioeconômicos negativos para todo o mundo.

Segundo a hipótese do AGA, as emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis, após a Revolução Industrial, estariam afetando a dinâmica climática. Para que isto se comprovasse, seria preciso que as variações de parâmetros como as temperaturas atmosféricas e os níveis do mar, observadas nos últimos dois séculos, fossem anômalas em relação às verificadas anteriormente, no passado histórico e geológico.

O relatório de 2007 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) registra que, no período de 1850 a 2000 (150 anos), a temperatura média global aumentou 0,74 °C, e que, entre 1870 e 2000 (130 anos), os níveis do mar subiram 0,2 m.

Ocorre que, ao longo do Holoceno, a época geológica correspondente aos últimos 12.000 anos, em que a Civilização tem existido, houve diversos períodos com temperaturas mais altas que as atuais. No Holoceno Médio, há 8000 – 6000 anos atrás, as temperaturas médias chegaram a ser 2 °C a 3 °C superiores às atuais, enquanto os níveis do mar atingiram até 3 metros acima do atual. Igualmente, nos períodos quentes conhecidos como Minoano (1500 – 1200 a.C.), Romano (séc. VI a.C. – V d.C.) e Medieval (séc. X – XIII d.C.), as temperaturas foram mais de 1 °C superiores às atuais.

Quanto às taxas de variação (gradientes) desses indicadores, não houve qualquer aceleração anormal delas nos últimos dois séculos. Ao contrário, nos últimos 20.000 anos, desde o início do degelo da última glaciação, houve períodos em que elas chegaram a ser uma ordem de grandeza superiores aos verificados desde o século XIX.

Entre 12.900 e 11.600 anos atrás, no período frio denominado Dryas Recente, as temperaturas caíram cerca de 8 °C em menos de 50 anos e, ao término dele, voltaram a subir na mesma proporção, em pouco mais de meio século.

Quanto ao nível do mar, ele subiu cerca de 120 metros, entre 18.000 e 6.000 anos atrás, o que equivale a uma taxa média de 1 metro por século, suficientemente rápida para impactar visualmente as gerações sucessivas das populações que habitavam as margens continentais.

No período entre 14.650 e 14.300 anos atrás, como observaram cientistas do Centro Europeu de Pesquisas e Ensino de Geociências Ambientais (CEREGE), a elevação foi ainda mais acelerada, atingindo cerca de 14 metros em apenas 350 anos – média de 4 metros por século (Nature, 28/03/2012).

Tais dados representam apenas uma pequena fração das evidências proporcionadas por, literalmente, milhares de estudos realizados em todos os continentes, por cientistas de dezenas de países, devidamente publicados na literatura científica internacional. Desafortunadamente, é raro que algum destes estudos ganhe repercussão na mídia, quase sempre mais inclinada à promoção de um alarmismo sensacionalista e desorientador.

Por conseguinte, as variações observadas no período da industrialização se enquadram, com muita folga, dentro da faixa de oscilações naturais do clima e, portanto, não podem ser atribuídas ao uso dos combustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de atividade vinculada ao desenvolvimento humano.

A influência humana no clima restringe-se às cidades e seus entornos, em situações específicas de calmarias, sendo estes efeitos bastante conhecidos, mas sem influência em escala planetária.

Assim, ao insistir em impor uma hipótese sem as necessárias evidências físicas, o professor Goldemberg e outros adeptos do AGA agem como os dogmáticos e fundamentalistas religiosos tão criticados por ele.

Ademais, as mudanças constituem o estado permanente do sistema climático – pelo que a expressão “mudanças climáticas” chega a ser redundante. Por isso, o alarmismo que tem caracterizado as discussões sobre o tema é extremamente prejudicial à atitude correta necessária diante dos fenômenos climáticos, que deve ser orientada pelo bom senso e pelo conceito de resiliência – a flexibilidade das condições físicas de sobrevivência e funcionamento das sociedades, além da capacidade de resposta às emergências, permitindo-lhes reduzir a sua vulnerabilidade às oscilações climáticas e outros fenômenos naturais potencialmente perigosos. Tais requisitos incluem, por exemplo, a redundância de fontes alimentícias (inclusive a disponibilidade de sementes geneticamente modificadas para todas as condições climáticas), capacidade de armazenamento de alimentos, infraestrutura de transportes, energia e comunicações e outros fatores…

O bom senso, a racionalidade e a prática científica consagrada indicam que o caminho para se aumentar a resiliência da Humanidade, diante de mudanças climáticas inevitáveis, não passa pela promoção de um alarmismo infundado e a imposição de restrições tecnológicas e econômicas desnecessárias – mas pela elevação geral dos seus níveis de desenvolvimento e progresso aos patamares permitidos pela Ciência e a Tecnologia modernas.

* Kenitiro Suguio é geólogo e professor emérito do Instituto de Geociências da USP; José Bueno Conti é geógrafo, climatologista e professor titular do Departamento de Geografia da USP; Ricardo Augusto Felício é meteorologista, climatologista e professor do Departamento de Geografia da USP; Antônio Jaschke Machado é meteorologista, climatologista e professor do Departamento de Geografia da UNESP; Geraldo Luís Lino é geólogo e autor do livro A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial (Capax Dei, 2009).


Nota deste Blog:

Chega de Entreguismo! 
Por um Brasil Soberano!
Fora ONGs Estrangeiras e seus Laranjas!

Maurício Porto
Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2012. 



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